enfim, revirei a net pra achar as musicas que mais marcaram nas novelas, aquelas cenas que todo bom noveleiro ficou na cabeça, e que quando escutam a musica lembram na hora! "taí" se divirtam..
Pedro (José Mayer) e Cinthia (Helena Ranaldi) foram o meu casal preferido nas telenovelas, quando Manoel Carlos ainda era bom. Em Laços de Família, ambos protagonizaram a minha cena de novela inesquecível. Não se amavam, era paixão, mas mesmo assim representavam um casal arrebatado e arrebatador. Foi, também, a primeira vez que escutei o refrão dessa música que hoje continua sendo uma de minhas preferidas e, na época, foi o meu tema. Era um dia de chuva, os dois estavam, mas uma vez, discutindo. A relação dos dois era desrespeitosa, muitas vezes ele a pegava à força e ela resistia por alguns momentos até ceder. Num dia de chuva, se eu não me engano, ele a beijou à força. Ela, então, o olhou de maneira desafiadora, limpou os lábios com o antebraço e saiu correndo. Enquanto isso, o refrão, que jamais esqueci – com o agravante de não ter ainda essas facilidades de baixar pela internet e eu ainda precisar esperar um tempão para comprar o CD (pirata, confesso – até juntar dinheiro para ter o original, ah, adolescência). “Porque posso sentir sua respiração, está se derramando sobre mim. E, de repente, estou me desfazendo dentro do você. Não há nada deixado para se provar, baby, tudo o que precisamos é apenas estar. Apanhado no momento, o ritmo devagar e estável. Baby, não é assim que o amor devia ser?”. Era, sim, mas eles não terminaram juntos.
Uma mocinha apaixonada pelo vilão, é isso mesmo? Com esse mote, Aguinaldo Silva colocou em cheque até onde iria o sentimento de vingança, se o sentimento continuava vivo. Tratava-se de Duas Caras e nunca uma canção casou tão bem com os personagens. Maria Paula (Marjorie Estiano), abandonada por um vigarista que tirou toda a sua fortuna, queria revanche e Ferraço (Dalton Vigh) que, no meio da trama havia mandado matá-la, fez o caminho inverso, teve os traços de humanidade mais acentuados (como o sentimento paterno pelo filho que, inicialmente, ele se aproximou para não ser processado), e ganhou a simpatia do público – que confiava, meio que desconfiando, da idoneidade do personagem. A cena de sexo entre os dois, no hospital, é uma das mais bonitas que já vi. É também o tema de muita gente que um dia sabe que vai se reencontrar com alguém para um acerto de contas. “E talvez um dia nós nos encontremos e iremos conversar, não apenas falar. Não acredite nas promessas, porque eu não as cumpro, e minha reflexão me incomoda e aqui vou eu. Não estou pedindo uma segunda chance, eu estou gritando no topo da minha voz. Me dê razão, mas não me dê escolha, porque eu cometerei o mesmo erro… outra vez”. Apenas um porém quanto a essa canção: ela demora muito para começar, de fato. Tanto que, no início, antes de entrar na novela, eu a rejeitei, logo que o segundo CD de James Blunt foi lançado. Precisou de uma segunda audição
3) Romance Rosa – Juan Luis Guerra
Se uma gota de orvalho molha o seu rosto bonito, se alguma vez foi amada, ou tem amor proibido”. Todos apontam Wishing On A Star das The Cover Girls como a música da Daniela Perez. Para mim, a que ficou marcada, foi o primeiro tema dela, na trilha nacional. Lembro-me bem que não assistia De Corpo e Alma, porque competia com Carrossel, eu acho… Só tinha dez anos quando tudo aconteceu e foi um dos crimes que mais me chocou.
“Ah, ai, ai, ai, amor… Você é a rosa que me dá calor. Você é um sonho em minha solidão, um abismo de azul, um eclipse do mar. Ah, ai ai ai, amor, eu sou satélite e você é meu sol, um universo de água natural, um espaço de luz feito só pra nós dois, ai amor”. A novela tinha um ônibus pirata e, num dos capítulos, um acidente levou a atriz e o assassino para o meio do mato e as pessoas estavam preocupadas com a Yasmin. Não sei se foi coisa da minha cabeça, ou se as falas tinham ares premonitórios: “…a Yasmin morreu! Yasmin morreu!”. A personagem era comprometida com um papel insosso de Fábio Assunção e tinha uma queda por Bira. Eles se beijaram, e eu nunca soube se estava enganado, mas acredito que já vi um clipe no Fantástico com essa música, e com ela correndo, com a lua ao fundo. Lindo, e triste. “Eu te dou minhas mãos, meu pranto tão sofrido, um beijo mais profundo, que se afoga num gemido. Eu te dou um outono, um dia entre abril e junho, um raio de ilusões, um coração no escuro”.
4) Mon Manège à Moi – Etiene Daho
Há, nos casais improváveis, uma certa mágica. Eu gostava da Bebel (Camila Pitanga) e do Olavinho (Wagner Moura). Eles não tinham nada em comum, a não ser o fato de que não prestavam, mas eu senti verdade, senti muito mais amor do que o casal fake interpretado por Fábio Assunção e Alessandra Negrini. Aqui, não há uma cena específica, mas uma combinação entre todas elas, misturadas com uma canção que foi pouco valorizada, e que já foi toque de meu celular. As pessoas achavam estranho mas também tenho os meus momentos de intensidade. Ou seja, quando gosto, sempre é em uma proporção muito maior do que o exagerado. “Me fazes perder a cabeça, tu és meu equilíbrio. Estou sempre em festa quando me tens em teus braços. Farei a volta ao mundo, não me afastarei mais do que isso. A terra não é suficientemente redonda para deixar-me tonto como tu…”.
Eu saio dos teus mistérios, se chamas por mim eu abro fogo. Corpo a corpo como um duelo da lua e do sol”, com essa música sensual, e tantas outras, a cantora Rosana, que tinha o rosto muito comentado na época e ainda hoje, era cadeira cativa em importantes trilhas nos anos 80. O Amor e o Poder (Mandala) – “Como uma deusaaaaaaaaaaaaaa” – Nem Um Toque (Roda de Fogo), Onde o Amor me Leva (O Sexo dos Anjos) – “Então, enfim, apaguei seus sinaaaaaaaaaaaiiiiiiiissssss”…. Mas a música mais bonita, a que me marcou por vários motivos – e você deve ter percebido que é uma lista, acima de tudo, saudosista – foi essa. Lembro-me da Mayara Magri, chorando, e dirigindo um carro depois de brigar com a mãe, Betty Faria. Não sei se ela era boa ou má, mas dela chorando, e dirigindo em alta velocidade, com a música ao fundo: “Romântica apaixonada, eu sou mais de uma e uma de cada, sabendo que sou amada, te quero por perto. Rolando em tapetes, como ondas que quebram além dos sonhos, onde o amor se esconde, real e completo. Direto no olhar, te olho bem direto no olhar, te quero dentro do meu olhar, enquanto o amor se faz…”. Tenho um carinho especial por essa música, porque quando ganhei uma fita K-7, olha como estou ficando velho, foi a primeira que gravei, no 3 em 1 da minha mãe. As pessoas eram menos exigentes, as músicas sempre eram cortadas pela voz do locutor, mas estava tudo certo. Eu avisei que era uma lista saudosista…
Obs: Olha as coxas dessa mulher cara, nossa senhora!
